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Glúten: vilão ?

Ingrediente causa estufamento e gazes

Muito se lê por ai sobre o glúten e as dietas “milagrosas”, onde se perde muito peso com o corte do ingrediente. O glúten é uma proteína de difícil digestão e que por isto causa gazes e estufamento em muitas pessoas. Diana Jesoirens , nutricionista, ressalta que a dieta do sem glúten traz realmente um resultado rápido, mas a sensação falsa de emagrecimento: “um  erro cometido por muitos é achar que a substituição do glúten por produtos sem glúten vai necessariamente emagrecer. Na maioria dos casos isso não acontece, pois os produtos sem glúten são geralmente altamente refinados sendo prejudicial na maioria das dietas de emagrecimento, devido ao seu alto índice glicêmico. O que acontece é que ao retirar o glúten resolve a questão do estufamento e gazes e a barriga diminui consideravelmente, fazendo com que a pessoa tenha a sensação que já emagreceu muito logo nos primeiros dias” ressalta Diana Jesoirens, nutricionista.

A dieta sem glúten exige dedicação e demora alguns meses.  Como cada pessoa tem um grau de intolerância diferentes e tem muitos que não apresentam reação nenhuma, as vezes, não há necessidade de excluir alimentos com glúten da dieta, bastando apenas equilibrar a dieta como um todo, fazendo um rodizio de nutrientes, aconselha Diana.

As dietas monótonas são as que geram mais deficiências nutricionais e intolerâncias pela alta ingestão de apenas alguns alimentos e baixa ou nenhuma ingestão de outros, então a  retirada do glúten da dieta deve ser avaliada por um profissional e reequilibrada para que a pessoa não tenha nenhum prejuízo. A substituição do glúten por outras farinhas transgênicas ou altamente processadas também não é uma opção saudável, sendo o que ocorre na maioria dos casos.

Quando o Glúten é o vilão

Pessoas que possuem a doença celíaca, não podem ingerir o glúten, por poder provocar danos na mucosa do intestino delgado, impedindo uma digestão normal, causando gazes e diarreias constantes.  Outra reação ao glúten, são dermatites na pele, com lesões.

O glúten está presente nos produtos, farinhas e derivados dos seguintes cereais: trigo, cevada, tricale, kamut e centeio.

Entre 1% e 2% da população mundial apresenta intolerância ao glúten, embora até metade dos celíacos não apresentem sintomas graves ou que interfiram na vida cotidiana destes.

Os portadores da doença celíaca devem evitar certos alimentos que contenham glúten, destacando-se os derivados de trigo, cevada, centeio, triticale e aveia, incluindo derivados de fabricação caseira ou industrial, como pães, massas alimentícias (macarrão), biscoitos, bolos, salgadinhos, barras de cereais, quibe, pizzas, molhos brancos, granola, empanados, farinha de rosca, cerveja, whisky e vodka de cereais.

Os portadores de doença celíaca não devem consumir nem mesmo carnes e legumes empanados em farinha de trigo, ou alimentos produzidas em óleo de fritura onde tenha sido imerso outro alimentos contendo farinha de trigo. Como a doença celíaca é crônica, seus portadores devem adotar uma alimentação sem glúten que geralmente deve ser seguida por toda a vida. Mas tal restrição também depende do grau de sensibilidade da pessoa ao glúten.

Referências

  1. http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/do-oats-contain-gluten
  2. «Oats». Coeliac UK. Consultado em 3 de janeiro de 2016
  3. Glúten e a doença Celíaca GONDIM, Augusto J. C. (2009) Conselho Regional de Química – XIX Região, 01/12/2009
  4. A doença do glúten Dráusio Varella, 15/4/2011. LACERDA, Liziane D. (2008). Avaliação das propriedades físico-químicas de proteína isolada de soja, amido e glúten e suas misturas. Dissertação de Mestrado. PPG em Química da UFRGS. Porto Alegre, RS. [1]
  5.  MELO, Luciana Q. F. & RIBIEIRO, Alessandra (2007). Odontologia pode ajudar a diagnosticar intolerância ao glúten. Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, 5 de outubro de 2007. UFMG, Belo Horizonte, MG. [2]
  6. NABESHIMA, Elizabeth H. & e RUFFI, Cristiane R. G. (2009). Glúten – informações básicas. IdMed, 06 de Agosto de 2009. [3]
  7. ACELBRA. “A Doença Celíaca“. Associacao dos Celiacos do Brasil. [4]
  8. ACELBRA. “Diagnóstico e dieta“. Associação dos Celíacos do Brasil. [5]
  9. Millward C, Ferriter M, Calver S, Connell-Jones G (2008). Ferriter, Michael, ed. «Gluten- and casein-free diets for autistic spectrum disorder.». Cochrane Database Syst Rev (2): CD003498. doi:10.1002/14651858.CD003498.pub3. PMID 18425890  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  10. «Popular Autism Diet Does Not Demonstrate Behavioral Improvement»

 

Diana Jesoirens  é nutricionista, atua há 14 anos no mercado.

Crédito: Tatiana Cioni Couto, jornalista –  www.tatianacioni.com.br

Contato: tatiana@tatianacioni.com.br  ou tatianaccouto@hotmail

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